Era 1999. As meninas do colégio andavam para cima e para baixo com pastas de fichário cheias de plástico e muitos recortes da revista Capricho ou Todateen. Tínhamos 15 e 16 anos, assistíamos à MTV, ouvíamos a 89 Rádio Rock, colecionávamos bichinhos da Parmalat, trocávamos cartas e, claro, tínhamos um Backstreet Boy favorito. Ter um Backstreet Boy favorito era obrigatoriedade, assim como saber a ficha completa do rapaz e colecionar pôsteres dos meninos. Nada muito diferente de meninas das décadas anteriores, que eram fissuradas por New Kids on the Block ou Menudo.
Na última quinta-feira não pude evitar passar alguns minutos à frente da TV para assistir ao show ‘NKOTBSB’, que reúne em um mesmo palco os garotos do New Kids e do Backstreet Boys (BSB). Enquanto assistia, foi como me sentir, mais uma vez, naqueles anos de colégio. E. claro, perceber que os anos se passaram não somente para mim, mas para eles também – visivelmente mais velhos.
Aproveitei alguns minutos para dar aquela pesquisada básica no celular para saber quando o show tinha sido grava- do e por onde andam os meninos do BSB. E foi aí a grande descoberta. Percebi que, apesar de ter comprado inúmeras revistas e colecionado fotos e mais fotos, não sabia absolutamente quase nada sobre o grupo. Eu conseguia lembrar a cor favorita do meu backstreet boy favorito, mas não sabia onde ele tinha nascido ou como tinha entrado no grupo.
Seria isso um problema da imprensa? Acredito que não. Seria sim uma questão de internet! Em 1999 o mais próximo que eu, e a maioria dos brasileiros, tinha de internet eram as faixas interativas que vinham nos CDs de música, os tais CD- ROM’s. No segundo disco dos BSB, aquela faixa interativa era o máximo, tinha videoclipe, fotos em alta resolução e perdi a conta de quantas vezes eu me distraía com aquele mesmo conteúdo.
Isso tudo só para lembrar você de que a internet está aí, é uma grande enciclopédia de conteúdo infinito e pode te apresentar muito mais do que um feed de fotos e comentários dos seus amigos no Instagram…